terça-feira, 9 de novembro de 2010

Mistérios de Lisboa (2010)

Mistérios, muitos mistérios, muito drama, muitas pessoas, muita história, muito tempo. Quatro horas e tal sentado na sala de cinema, quase vazia, com não mais que dez pessoas. Mas, como já diz o velho ditado, "quem corre por gosto não cansa" e, ver este filme, este fabuloso filme, é correr com muito, muito gosto - fossem todos assim. O filme tem tanto de comprido como de bom e isso está patente logo nos primeiros minutos de filme, onde percebemos que a personagem 'João', depois 'Pedro', é, apesar da sua tenra idade, cativante e bem interpretada. O que mais deixa o espectador com água na boca é, para além do soberbo guarda-roupa, a fotografia e a realização, que são algo de sublime.

A história começa com a falta de identidade de um rapaz, 'João' (João Arrais - criança/Afonso Pimentel - adulto), mais tarde Pedro da Silva quando ganha a identidade perdida, e as suas questões ao Padre Diniz (Adriano Luz) acerca da mesma. Quando descobre que a sua mãe, Ângela (Maria João Bastos) é maltratada pelo Conde de Santa Bárbara (Albano Jerónimo), entretanto gravemente doente em Santarém, resolve o Padre Diniz acolher Ângela na mesma casa onde acolheu Pedro. Conta-se, então, a história do pai de Pedro, D. Pedro da Silva (João Baptista), que mantinha uma relação clandestina com Ângela. Entre inúmeras histórias que se cruzam e entre-cruzam, um destaque para a história do Padre Diniz como Sabino Cabra e o Come-Facas (Ricardo Pereira), futuramente o pirata Alberto de Magalhães, e a sua importância para a história e também a história do passado do Padre Diniz, do seu reencontro com o seu pai, Frei Baltazar da Encarnação/D. Álvaro de Albuquerque (José Manuel Mendes/Carloto Cotta) e da história contada a Elisa de Montfort (Clotilde Hesme).

O filme, como quase todos, tem os seus pontos positivos e os seus pontos negativos. Positivos, para além dos que já destaquei, encontram-se as interpretações soberbas de Adriano Luz e Afonso Pimentel, acrescidas de um Óscar merecido a Albano Jerónimo, claramente a melhor interpretação do filme. De negativos, talvez só mesmo o tempo que demora e as interpretações fracas de João Baptista, Maria João Bastos e, mais notavelmente, de Ricardo Pereira, a quem, no meu ver, a atribuição daquele papel quase principal foi extremamente mal feita.

Em suma, um filme muito bom, que se vê com muito agrado, apesar do tempo e de algumas interpretações mais fracas e, portanto, a merecer a minha classificação de 82%

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