Fazer comédia em cinema é uma arte dentro da arte do cinema. Se o cinema é a arte número sete, a arte da comédia no cinema é a arte número sete ponto um. E "Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb" não é um filme de comédia. "Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb" é o filme de comédia. Tudo neste filme é genial, desde a história - que consegue cativar os espectadores logo desde o início -, até às personagens - três delas representadas pelo eterno Peter Sellers -, passando pelo argumento, realização e imagem.
Tudo começa quando um Comandante Aéreo (George C. Scott) com ideias claramente extremadas decide, por sua própria iniciativa, bombardear a União Soviética, através da emissão de um código que só ele conhece. Quando o seu Capitão (Peter Sellers) descobre e o tenta impedir, já é tarde demais e o Presidente dos EUA (Peter Sellers) é informado e faz os possíveis para dialogar e impedir que esse bombardeamento aconteça. Chamam o diplomata soviético (Peter Bull) para se manterem em contacto com o líder da URSS. São informados que se o bombardeamento acontecer em solo russo é imediatamente activada a "Doomsday Device", uma máquina feita para lançar um ataque tão grande à escala mundial que acaba com toda a vida na Terra. É imediatamente chamado o personagem que dá o título ao filme: Dr. Strangelove (Peter Sellers), um cientista alemão que sofre com o seu síndrome da mão alienígena (que, mais tarde, em enciclopédias médicas, foi renomeado de Síndrome de Dr. Strangelove) e que proporciona dos momentos mais hilariantes de todo o filme.
É, como já disse, o filme de comédia. É um filme que deve servir como paradigma da arte de fazer comédia em cinema, para qualquer pessoa que o ambicione e, infelizmente, hoje em dia tal não é seguido com tanta frequência como deveria sê-lo, com tantas alarvidades que se vão fazendo e que, abusivamente, vão tendo o nome de comédia. Mas esses também terão tempo para a sua crítica.
A representação de todas as personagens é espantosamente feita e, em particular, as três personagens de Peter Sellers são-no divinalmente. A realização, pela mão de Stanley Kubrick não deixa nada a desejar, antes pelo contrário, é orquestrada da maneira genial com que o Mestre nos habituou em todos os seus filmes. A fotografia é a preto e branco por questões orçamentais, mas nem por isso sem resultar menos - até resulta melhor. O argumento, adaptado do livro "Red Alert" (Peter George, 1958), é escrito de forma a que o espectador fique ansioso, espantado, interrogativo e muito, muito, muito feliz.
Por ter sido dos melhores filmes que já vi e, sem qualquer sombra de dúvida o melhor filme de comédia que já vi, atribuo-lhe uma classificação de 100%
Críticas e demais links úteis:
Devo confessar que nunca vi o filme mas está na minha lista de filmes a ver há muito tempo. Depois de ler a critica, fiquei com ainda mais vontade ver o filme. Os meus parabéns pela grande crítica!
ResponderEliminarDavi Fartura
Já vi o filme e devo dizer que também gostei!
ResponderEliminarO Kubrick é mesmo um excelente realizador!