segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

The Social Network (2010)

Confesso que, quando soube que iam fazer um filme acerca do Facebook, da sua fundação e do seu dono, fiquei imensamente apreensivo. Para começar porque me chateia todo o tipo de filmes biográficos - à excepção daqueles que tratam não só personagens da história, mas também acontecimentos. Mas, quando vi este filme, apesar da minha apreensão inicial, tive de dar o braço a torcer, reconhecer o filme como aquilo que é - muito bom.

Não é, no entanto, o meu preferido do ano, nem disso se aproxima.

Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) é um nerd. Um nerd que escreve códigos de programação geniais em tempos record. Certo dia, para se 'vingar' da namorada (Rooney Mara), cria um site que compara as caras das estudantes da sua universidade. Foi o atear do rastilho para o que se viria a tornar no Facebook, com a ajuda financeira do seu amigo Eduardo (Andrew Garfield).
É no meio de dois processos que a história é contada. Um deles, interposto pelo seu amigo Eduardo, apenas reclama reconhecimento na criação do Facebook; o outro, interposto por irmãos gémeos (Armie Hammer, num duplo papel), reclamam a ideia original da popular rede social.
Enquanto o The Facebook (originalmente assim chamado) era algo privado, possível apenas por convite entre estudantes de uma rede selecta de universidades, a rede chega aos ouvidos de um empreendedor com ideias megalómanas - Sean Parker (Justin Timberlake, num papel surpreendentemente bom, dada a qualidade da sua música) - que decide levar o The Facebook a navegar por mares mais fundos. E começou com a sugestão "drop the 'The'". Este será o personagem catalizador do processo de Eduardo contra Zuckerberg, como perceberemos mais tarde, com a rivalidade entre Parker e Eduardo. E assim se vai desenrolando o filme, cujo final - relativamente previsível - não tem mensagens moralistas e tenta apresentar ficticiamente o maior número de factos possível.

Não é um filme genial. Não o acho o melhor trabalho de David Fincher. É um filme que se vê com muito agrado em toda a sua extensão, sem haver o desejo que acabe. Tem alguns momentos de comédia, sobretudo na frontalidade do personagem principal, algum drama e é temperado com uma pitada de romance. Uma fórmula a que já estamos habituados - até mesmo em filmes biográficos - mas que neste filme resulta muito bem. O argumento poderia ter sido um pouco mais bem trabalhado e creio que Fincher podia ter posto mais o seu dedo. Considero que é um filme que poderia muito bem ter sido realizado por qualquer realizador talentoso que o resultado seria o mesmo - David Fincher não trouxe nada de novo.

Pela agradável surpresa que foi, classifico-o com 78%

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