segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Surviving Christmas (2004)

Dos piores filmes que já vi. E isso chega.

Quando um milionário e génio publicitário (Ben Affleck) descobre que vai passar o Natal sozinho porque a sua namorada (Jennifer Morrison) o abandonou, resolve fazer o que qualquer pessoa com todo o siso faria: alugar a família que vive actualmente na sua casa de infância para passar a época natalícia com ele. Lógico. Entre muitas tramas e revelações entre ele e a família (James Gandolfini, o 'pai'; Catherine O'Hara, a 'mãe'; Christina Applegate, a 'irmã'; Josh Zuckerman, o 'irmão'), ele acaba por acabar tudo com a namorada, destruir a família e beijar a sua 'irmã' - várias vezes - em cenas reminiscentes de Eça de Queirós se fosse um mau escritor. Mas no final, como não podia deixar de ser cliché em filmes deste género, tudo acaba bem, quer para ele (que fica com a 'irmã'), quer para a família.

É um filme terrível. A actuação é fraquíssima - tirando o grande James Gandolfini que, apesar de tudo, não perde a dignidade -, o guião é horrível e teria sido melhor se fosse escrito por uma equipa de macacos, a realização não é nada de jeito, a fotografia não é nada de extraordinário, o som idem idem aspas aspas e por aí fora, acho que a ideia já deve ter passado.

Um dos piores filmes que já vi. Dou-lhe 5% - e muito puxadinhos

The Social Network (2010)

Confesso que, quando soube que iam fazer um filme acerca do Facebook, da sua fundação e do seu dono, fiquei imensamente apreensivo. Para começar porque me chateia todo o tipo de filmes biográficos - à excepção daqueles que tratam não só personagens da história, mas também acontecimentos. Mas, quando vi este filme, apesar da minha apreensão inicial, tive de dar o braço a torcer, reconhecer o filme como aquilo que é - muito bom.

Não é, no entanto, o meu preferido do ano, nem disso se aproxima.

Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) é um nerd. Um nerd que escreve códigos de programação geniais em tempos record. Certo dia, para se 'vingar' da namorada (Rooney Mara), cria um site que compara as caras das estudantes da sua universidade. Foi o atear do rastilho para o que se viria a tornar no Facebook, com a ajuda financeira do seu amigo Eduardo (Andrew Garfield).
É no meio de dois processos que a história é contada. Um deles, interposto pelo seu amigo Eduardo, apenas reclama reconhecimento na criação do Facebook; o outro, interposto por irmãos gémeos (Armie Hammer, num duplo papel), reclamam a ideia original da popular rede social.
Enquanto o The Facebook (originalmente assim chamado) era algo privado, possível apenas por convite entre estudantes de uma rede selecta de universidades, a rede chega aos ouvidos de um empreendedor com ideias megalómanas - Sean Parker (Justin Timberlake, num papel surpreendentemente bom, dada a qualidade da sua música) - que decide levar o The Facebook a navegar por mares mais fundos. E começou com a sugestão "drop the 'The'". Este será o personagem catalizador do processo de Eduardo contra Zuckerberg, como perceberemos mais tarde, com a rivalidade entre Parker e Eduardo. E assim se vai desenrolando o filme, cujo final - relativamente previsível - não tem mensagens moralistas e tenta apresentar ficticiamente o maior número de factos possível.

Não é um filme genial. Não o acho o melhor trabalho de David Fincher. É um filme que se vê com muito agrado em toda a sua extensão, sem haver o desejo que acabe. Tem alguns momentos de comédia, sobretudo na frontalidade do personagem principal, algum drama e é temperado com uma pitada de romance. Uma fórmula a que já estamos habituados - até mesmo em filmes biográficos - mas que neste filme resulta muito bem. O argumento poderia ter sido um pouco mais bem trabalhado e creio que Fincher podia ter posto mais o seu dedo. Considero que é um filme que poderia muito bem ter sido realizado por qualquer realizador talentoso que o resultado seria o mesmo - David Fincher não trouxe nada de novo.

Pela agradável surpresa que foi, classifico-o com 78%