segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Who Framed Roger Rabbit (1988)

Esta crítica bem que poderia ter outro nome. O outro que eu não queria deixar de parte, mas que o facto de ter optado por pôr os títulos dos filmes nos títulos dos posts me levou a não pôr, era "O Paradigma" (que, curiosamente, não sei bem se é mesmo o nome de um filme ou não). "O Paradigma" por uma razão muito simples: este filme dá um valente chuto cartooniano nos rabos de outros filmes que tentam fazer a mesma coisa que este faz (e outros que antes deste o fizeram) - misturar live-action com animação. Perdoe-me o Space Jam, que é dos filmes da minha infância e pelo qual nutro um carinho especial; perdoe-me o Bedknobs and Broomsticks, que é um musical clássico e dos melhores filmes live action (semi, vá...) da Disney; perdoe-me a Mary Poppins, que continua a ser dos meus filmes musicais preferidos - mas "Who Framed Roger Rabbit" é o melhor de todos.



A história começa verdadeiramente com o assassinato do patrão da empresa ACME, Marvin Acme (Stubby Kaye), alegadamente às mãos de Roger Rabbit (Charles Fleischer - voz). A mulher de Roger Rabbit, a demasiado sensual Jessica Rabbit (Kathleen Turner - voz), não se convence disso e apoia o marido zelando sempre pela sua segurança.
Roger Rabbit é suspeito devido a umas fotografias comprometedoras tiradas a Jessica com o morto Marvin Acme, e, num ataque de fúria, teria sido ele a matar o bondoso dono de Toontown. O autor dessas fotos é, nada mais nada menos, que o protagonista humano da história, o detective Eddie Valiant (Bob Hoskins). A isto acresce um juíz malévolo, Doom (Christopher Lloyd) com as suas doninhas que anda atrás de Roger Rabbit e quer matá-lo a todo o custo.

Enfim, o que há para não gostar num filme que tem a audácia de pôr todos juntos - Betty Boop, Mickey, Duffy Duck, Bugs Bunny, Donald e uma infinidade de cameos de desenhos animados famosíssimos. Mesmo não sendo um filme para toda a família, tenho a certeza que todos gostarão. O filme peca apenas pelo seu final ultra-previsível e por certas partes que não têm acção, não terem sequer participação alguma de nenhum personagem animado.

Em suma, sendo o melhor filme misto de live action com animação que já vi, com toda uma boa narrativa, apesar de ter momentos mortos, dou-lhe uma pontuação de 86%

Outros sites úteis:

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Mistérios de Lisboa (2010)

Mistérios, muitos mistérios, muito drama, muitas pessoas, muita história, muito tempo. Quatro horas e tal sentado na sala de cinema, quase vazia, com não mais que dez pessoas. Mas, como já diz o velho ditado, "quem corre por gosto não cansa" e, ver este filme, este fabuloso filme, é correr com muito, muito gosto - fossem todos assim. O filme tem tanto de comprido como de bom e isso está patente logo nos primeiros minutos de filme, onde percebemos que a personagem 'João', depois 'Pedro', é, apesar da sua tenra idade, cativante e bem interpretada. O que mais deixa o espectador com água na boca é, para além do soberbo guarda-roupa, a fotografia e a realização, que são algo de sublime.

A história começa com a falta de identidade de um rapaz, 'João' (João Arrais - criança/Afonso Pimentel - adulto), mais tarde Pedro da Silva quando ganha a identidade perdida, e as suas questões ao Padre Diniz (Adriano Luz) acerca da mesma. Quando descobre que a sua mãe, Ângela (Maria João Bastos) é maltratada pelo Conde de Santa Bárbara (Albano Jerónimo), entretanto gravemente doente em Santarém, resolve o Padre Diniz acolher Ângela na mesma casa onde acolheu Pedro. Conta-se, então, a história do pai de Pedro, D. Pedro da Silva (João Baptista), que mantinha uma relação clandestina com Ângela. Entre inúmeras histórias que se cruzam e entre-cruzam, um destaque para a história do Padre Diniz como Sabino Cabra e o Come-Facas (Ricardo Pereira), futuramente o pirata Alberto de Magalhães, e a sua importância para a história e também a história do passado do Padre Diniz, do seu reencontro com o seu pai, Frei Baltazar da Encarnação/D. Álvaro de Albuquerque (José Manuel Mendes/Carloto Cotta) e da história contada a Elisa de Montfort (Clotilde Hesme).

O filme, como quase todos, tem os seus pontos positivos e os seus pontos negativos. Positivos, para além dos que já destaquei, encontram-se as interpretações soberbas de Adriano Luz e Afonso Pimentel, acrescidas de um Óscar merecido a Albano Jerónimo, claramente a melhor interpretação do filme. De negativos, talvez só mesmo o tempo que demora e as interpretações fracas de João Baptista, Maria João Bastos e, mais notavelmente, de Ricardo Pereira, a quem, no meu ver, a atribuição daquele papel quase principal foi extremamente mal feita.

Em suma, um filme muito bom, que se vê com muito agrado, apesar do tempo e de algumas interpretações mais fracas e, portanto, a merecer a minha classificação de 82%