segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb (1964)


Fazer comédia em cinema é uma arte dentro da arte do cinema. Se o cinema é a arte número sete, a arte da comédia no cinema é a arte número sete ponto um. E "Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb" não é um filme de comédia. "Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb" é o filme de comédia. Tudo neste filme é genial, desde a história - que consegue cativar os espectadores logo desde o início -, até às personagens - três delas representadas pelo eterno Peter Sellers -, passando pelo argumento, realização e imagem.

Tudo começa quando um Comandante Aéreo (George C. Scott) com ideias claramente extremadas decide, por sua própria iniciativa, bombardear a União Soviética, através da emissão de um código que só ele conhece. Quando o seu Capitão (Peter Sellers) descobre e o tenta impedir, já é tarde demais e o Presidente dos EUA (Peter Sellers) é informado e faz os possíveis para dialogar e impedir que esse bombardeamento aconteça. Chamam o diplomata soviético (Peter Bull) para se manterem em contacto com o líder da URSS. São informados que se o bombardeamento acontecer em solo russo é imediatamente activada a "Doomsday Device", uma máquina feita para lançar um ataque tão grande à escala mundial que acaba com toda a vida na Terra. É imediatamente chamado o personagem que dá o título ao filme: Dr. Strangelove (Peter Sellers), um cientista alemão que sofre com o seu síndrome da mão alienígena (que, mais tarde, em enciclopédias médicas, foi renomeado de Síndrome de Dr. Strangelove) e que proporciona dos momentos mais hilariantes de todo o filme.

É, como já disse, o filme de comédia. É um filme que deve servir como paradigma da arte de fazer comédia em cinema, para qualquer pessoa que o ambicione e, infelizmente, hoje em dia tal não é seguido com tanta frequência como deveria sê-lo, com tantas alarvidades que se vão fazendo e que, abusivamente, vão tendo o nome de comédia. Mas esses também terão tempo para a sua crítica.
A representação de todas as personagens é espantosamente feita e, em particular, as três personagens de Peter Sellers são-no divinalmente. A realização, pela mão de Stanley Kubrick não deixa nada a desejar, antes pelo contrário, é orquestrada da maneira genial com que o Mestre nos habituou em todos os seus filmes. A fotografia é a preto e branco por questões orçamentais, mas nem por isso sem resultar menos - até resulta melhor. O argumento, adaptado do livro "Red Alert" (Peter George, 1958), é escrito de forma a que o espectador fique ansioso, espantado, interrogativo e muito, muito, muito feliz.

Por ter sido dos melhores filmes que já vi e, sem qualquer sombra de dúvida o melhor filme de comédia que já vi, atribuo-lhe uma classificação de 100%


Críticas e demais links úteis:

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O Início (não, este não é um filme)

Serve este post para inaugurar este projecto. Projecto poderá, à primeira leitura, soar a algo um tanto ou quanto pomposo, mas é o que este blog efectivamente é: um projecto inserido na cadeira de Tecnologias da Informação e Comunicação em Artes do Espectáculo, do curso de Estudos Artísticos na variante de Artes do Espectáculo. Portanto, pomposidades à parte, é um projecto com todas as letras.

Aqui neste espaço a crítica cinematográfica impera. E não apenas a crítica deste que se assina, mas, também, servirá este espaço como um intermediário entre o eLeitor e as que eu considerarei como sendo as melhores de tantas e tantas críticas que pululam por toda a internet e publicações impressas. Claro que a minha crítica terá um maior destaque (não fosse este um blog relativamente pessoal e por uma pessoa que gosta de escrever), caso contrário este blog nada mais seria que um agregador de críticas sem grande valor.
Os filmes a serem criticados por aqui não seguirão uma ordem ou uma temática em comum, mas serão, simplesmente, filmes que vou vendo, em casa ou no cinema, comprados ou alugados ou emprestados ou oferecidos, mas tentarei sempre que sejam filmes variados e não necessariamente sempre bons (seguindo a mesma linha de pensamento, tentarei que não sejam necessariamente sempre maus).

Apesar de ter sido criado no âmbito da cadeira supra-referida, este blog é algo a continuar para o futuro e esse é um compromisso que assumo desde já. Agora resta, portanto, pôr os olhos a trabalhar, os dedos a mexer e começar as críticas que, creio, me darão um gozo bestial a escrever!


Boas leituras e volte sempre!